Os Bárbaros e o Feudalismo
Os
povos bárbaros eram assim chamados pelos romanos, mas eram, na verdade,
compostos pelos povos germânicos. Entre o final do século IV e o começo do
século VI os germânicos invadiram o Império Romano do Ocidente. A partir disso,
começaram a se estabelecer em diversas regiões do continente formando reinos
que fundiram culturas romanas e dos povos germânicos.
Esses
reinos, formados a partir de então, passaram a ser governados por chefes de
tribos germânicas e seus descendentes. Os líderes acabaram ficando com as
melhores terras e foram os antecessores dos senhores feudais no período do
feudalismo.
Organização
dos reinos
A
sua organização era muito simples, baseando-se em duas formas de governo:
A
primeira, em tempos de paz, era feita por meio de uma assembleia de guerreiros
composta por homens da tribo com idade adulta. Apesar de não ter poderes
legislativos, controlavam as questões de guerra e paz e de migração da tribo.
A
segunda, era dominante em tempos de guerra. Nesses momentos, a tribo passava a
ser governada por comitatus, uma instituição que reunia um líder militar e seus
guerreiros. O líder era eleito e chamado de Herzog, e tinha em suas mãos o
controle de todos da tribo.
Sobreviviam
da agricultura, da pesca e da caça e conviviam em sociedade patriarcal e
casamento monogâmico, sendo que o adultério era severamente punido. A religião
politeísta tinha como principais deuses relacionados à natureza, sentimentos e
guerra.
Os
reinos possuíam estrutura independente com administração própria. Esse sistema
foi mantido durante parte da Idade Média. Os principais reinos bárbaros foram:
· Reino dos Vândalos, localizado nas ilhas da Córsega, Sardenha e na costa norte da África. Atuavam sob a liderança de Genserico. Essa região, posteriormente, passou para o controle dos muçulmanos;
· Reino dos Burgúndios, localizado na região central da Europa;
· Reino dos Alamanos, onde atualmente é a República Tcheca;
· Reino dos Suevos, ao noroeste da Península Ibérica;
· Reino dos Ostrogodos onde atualmente é a Itália, Áustria, Sérvia, Eslovênia, Montenegro e Albânia. Estes buscaram manter as tradições romanas, mas quando o Império Bizantino conquistou a Itália, esta monarquia do rei Teodorico chegou ao fim.
· Reino dos Francos, localizado onde atualmente é a França e a Bélgica. Este foi um dos principais durante a Alta Idade Média, essencialmente durante o reinado de Carlos Magno. Esse foi o que teve o maior tempo de duração e tornou-se posteriormente um império conhecido como Império Carolíngio.
· O reino dos visigodos dominou a Espanha e todo o Sul da Gália, mas foram expulsos pelos Francos na Gália.
Carlos
Magno foi capaz de manter seu império unido durante quase 50 anos. Porém, após
sua morte em 814 d.C., os nobres locais dividiram-no em vários reinos pequenos.
O
filho de Carlos Magno, Luís I, o Piedoso, tentou preservar o império que
herdara de seu pai, mas só teve sucesso durante pouco tempo. Após sua morte, em
840 d.C., três de seus filhos concordaram em dividir o império, firmando o
Tratado de Verdun, em 843 d.C.
Enquanto
decaía o império de Carlos Magno, a Europa era atacada por invasores. Os mais
temidos eram os vikings - ancestrais noruegueses, suecos e dinamarqueses. Os
vikings eram grandes navegadores e guerreiros ferozes que viajavam em grandes
barcos movidos à vela e remo. Alguns vikings viajaram para a Groenlândia e
Islândia onde estabeleceram colônias. Os vikings também exploraram a costa
nordeste da América do Norte, que denominaram de Vinlândia. Supõem-se que suas
explorações nesta região ocorreram 500 anos antes de Cristóvão Colombo chegar
às Américas.
Durante
o século IX, grupos de vikings conquistaram áreas na costa da Europa Ocidental,
dizimando povoados, matando pessoas e incendiando casas. Porém, acabaram
tornando-se cristãos e envolvendo-se no comércio local. A partir de então se
estabeleceram nas regiões costeiras da Grã-Bretanha, França e sul da Europa.
Os
vikings e outros invasores causaram graves danos à Europa. Eles interrompiam o
comércio, interferiam na agricultura e destruíam vilas e mosteiros. Como o povo
europeu não mais tinha um governante central para garantir sua segurança, eles
se submeteram a senhores locais, donos de seus próprios exércitos. A Europa
Ocidental entrou em uma era em que os nobres, e não os reis, controlavam o poder.
Em
troca do uso das terras e por segurança, o vassalo concordava em cumprir certas
obrigações perante o senhor. Sua principal obrigação era ajudar seu senhor
durante batalhas, prestando serviço militar por 40 dias ao ano. O vassalo
também se comprometia financeiramente com seu senhor; se o senhor feudal fosse
preso por um inimigo, o vassalo se obrigava a pagar o resgate. Quando uma filha
de um senhor feudal se casava, o vassalo contribuía financeiramente. Além
disso, o vassalo era obrigado a participar de um tribunal de lei, onde se
resolviam as disputas entre vassalos ou entre vassalos e senhores feudais.
Feudo
A
era dos senhores foi uma época marcada por guerras, o que obrigava um senhor
feudal a ser um guerreiro habilidoso. Os nobres protegiam seus territórios por
meios bélicos. Um jovem nobre era treinado para se tornar cavaleiro. Aprendia a
usar uma armadura, montar a cavalo e lutar com espada e lança. Se o jovem
comprovasse sua coragem, era nomeado cavaleiro numa cerimônia bastante
requintada.
Guerreiros
habilidosos
Os
cavaleiros buscavam a glória, traduzida no respeito de outros nobres e na
admiração das mulheres. Frequentemente participavam de torneios com o intuito
de ganhar prêmios e honrarias. Os torneios traziam entretenimento à plateia e
serviam como desafios e treinamentos de guerra em tempos de paz.
Por
volta do século XII, a nobreza feudal seguia um código de lealdade chamado
fidalguia: um verdadeiro cavaleiro deveria lutar bravamente, ser leal a seu
senhor, tratar outros cavaleiros com respeito e cortesia, e proteger sua mulher
e filhos, bem como os mais fracos. Um cavaleiro deveria ser um bom cristão,
honrar a Igreja e defendê-la contra todos os inimigos.
A
Igreja reconhecia que a luta entre senhores resultava em desordem e tentava
conter o problema proibindo lutas durante certos dias da semana e certas épocas
do ano. Estas restrições, porém, nem sempre eram respeitadas.
Os
Castelos Feudais e o Sistema Senhorial
Por
viverem em época de muitas guerras, os senhores feudais construíam casas
fortificadas para resistir a ataques. Os castelos construídos nos anos 900 eram
feitos de madeira. Dois séculos depois, eram feitos em pedra e cercados por
muralhas e torres de guardas.
O
castelo do senhor feudal costumava localizar-se no alto de um morro rochoso ou
às margens de um rio. O castelo era isolado de outros prédios, derrubando-se
árvores e arbustos para que os guardas pudessem avistar inimigos que se
aproximassem. Em volta do castelo havia um fosso: caso um inimigo se aproximasse,
a ponte levadiça era erguida e os cavaleiros se deslocavam para os pontos mais
altos do castelo.
O
castelo também servia de lar para o senhor feudal. Lá viviam todos os membros
de sua família, cavaleiros e serviçais. Era composto de quartos, uma cozinha,
depósitos e uma capela onde o senhor feudal e sua família rezavam. O aposento
mais importante era o grande salão, onde o casal fazia as refeições,
relacionavam-se com seus servos e recebiam convidados. Após o jantar -
geralmente um banquete - a família e seus convidados eram entretidos por
artistas viajantes.
Relações
familiares nos castelos
Durante
a Idade Média, a mulher era considerada subordinada ao homem. A filha de um
nobre normalmente se casava aos 14 anos de idade, muitas vezes com um homem
muito mais velho do que ela. Era o pai da noiva quem oficiava a cerimônia.
A
senhora do castelo supervisionava os afazeres domésticos, a preparação da
comida e dos remédios. Quando seu marido estava ausente, ela dava ordens aos
servos e tomava decisões financeiras. Se seu marido fosse capturado por
inimigos, ela providenciaria o resgate ou lideraria uma batalha para
resgatá-lo. Em algumas regiões da Europa, as mulheres herdavam terras, assim
adquirindo poder.
O
Sistema Feudal
Nos
últimos anos do Império Romano, os camponeses que não tinham fazendas próprias
passaram a trabalhar para proprietários de terras. No início da Idade Média,
poucos camponeses eram proprietários das terras em que trabalhavam. A grande
maioria deles era composta de servos - pessoas que não tinham liberdade de sair
da região onde haviam nascido. Eles viviam em pequenos vilarejos, nos feudos,
pertencentes aos senhores feudais.
O
feudalismo era o sistema político da Idade Média e o feudo, o seu sistema
econômico. O sistema feudal era baseado em direitos e obrigações entre senhores
e seus servos. O senhor dava ao servo, moradia, terra para cultivo e proteção
contra bandidos. Em troca, os servos cultivavam a terra de seu senhor, cuidavam
dos animais e faziam outros trabalhos no feudo.
Cada
senhor feudal possuía pelo menos um feudo; os mais ricos possuíam vários. A
Igreja também era proprietária de feudos. Como nem os nobres nem o clero
realizavam trabalho manual, a manutenção do feudo era feita pelos servos.
Normalmente, de 15 a 30 famílias viviam no vilarejo do feudo. Além das cabanas
onde viviam os servos, o vilarejo continha o castelo do senhor, a igreja e os
centros de trabalho. Os vilarejos eram rodeados por campos, pastos e florestas.
Em
um único feudo eram muitos os bens e serviços produzidos. Os servos eram
fazendeiros, carpinteiros e pedreiros. Alguns eram ferreiros e fabricavam armas
para os cavaleiros e ferramentas para uso no feudo. As mulheres costumavam
trabalhar em tecelagem. Um padre ocupava-se das necessidades religiosas do
povo. O comércio, porém, era limitado; um feudo era geralmente autossuficiente,
produzindo tudo o que consumia.
A
vida dos servos era de obrigações: cultivavam as terras e repassavam quase toda
a colheita aos senhores feudais. Davam-lhes, também, parte da colheita de suas
próprias terras. Cada servo trabalhava três dias por semana exclusivamente para
o senhor feudal.
Os
servos não podiam deixar o feudo sem antes obter permissão do senhor. Este
poderia até mesmo decidir com quem o servo deveria desposar. Se o servo se
recusasse a se casar com a pessoa indicada, ele era obrigado a pagar uma
indenização ao senhor.
Mesmo
que os servos não fossem totalmente livres, não eram escravos, tampouco. Tinham
certos direitos e seus filhos não lhes podiam ser tomados. Desde que exercessem
suas obrigações perante o senhor feudal, poderiam continuar vivendo em suas
cabanas e cultivar suas terras. Se um senhor feudal tentasse anular seus
direitos, eles poderiam recusar-se a trabalhar, em protesto.
Contudo,
a vida do servo não era fácil. Viviam em cabanas lotadas, que possuíam apenas
um ou dois quartos, bem mal construídos. Suas refeições eram simples,
consistindo apenas de verduras, pão, queijo e sopa; leite e manteiga eram
considerados luxo. Os animais selvagens das florestas pertenciam exclusivamente
aos senhores e, portanto, os servos eram proibidos de caçá-los. Sua vida era
difícil e cansativa; homens e mulheres tinham que trabalhar no campo, durante o
dia inteiro. Além disso, sofriam muito quando havia batalhas entre os nobres.
No
entanto, apesar do árduo trabalho, a vida de um servo incluía prazeres. Atores
e animadores frequentemente visitavam os feudos e faziam apresentações também
para os servos. Praticavam, também, alguns esportes. Durante feriados
religiosos, reuniam-se em frente à igreja para cantar e dançar.
Rebeliões
de servos não eram frequentes, até o século XIV. Pois, apesar da falta de
liberdade e oportunidades, os senhores feudais lhes proviam certa segurança.
Alguns servos conseguiam ingressar no clero e se tornar bispos. Os que
mostravam grande habilidade e coragem para batalhas se tornavam cavaleiros. A
maioria dos servos, todavia, raramente deixava seu feudo e possuía pouco
conhecimento do mundo exterior. A Europa da época era perigosa e, com isso, as
viagens eram raras. Assim sendo, os servos se firmavam em determinado feudo,
onde passavam toda a sua vida.
Em
resumo podemos dizer:
Por
definição feudalismo foi o sistema político, econômico e social, predominante
durante a Idade Média, baseado principalmente nas relações de vassalagem e
suserania definidas pela posse da terra.
• No feudalismo a terra é a maior
riqueza. A posse da terra também define seu lugar na sociedade.
• As relações de suserania e vassalagem
também são definidas pela posse da terra e só ocorrem entre nobres. O primeiro
suserano é o rei, que doa terras em benefício ao seu melhor guerreiro ou a um
nobre que tenha se dedicado, a vida toda, à defesa e à prosperidade do reino. O
suserano doa a terra e o vassalo a recebe. A partir deste ato realizado durante
uma cerimônia religiosa, o vassalo jura fidelidade e serviço ao seu suserano
que, por sua vez, também se compromete a dar apoio político, financeiro e
militar ao seu vassalo.
• Cada porção, gleba ou lote de terra
doada se transforma em um feudo. O feudo é a unidade política e administrativa
do sistema feudal. A terra é dividida em três partes:
o Feudo ou manso senhorial que são as
terras de uso exclusivo do senhor feudal.
o Feudo ou manso servil – as terras
arrendadas (alugadas) aos servos.
o Feudo ou manso comum – são as terras
de uso comum como pastos, campos, florestas, charnecas entre outros.
• A sociedade feudal é estamental, isto
é, possui lugares sociais fixos e pode ser ilustrado conforme a pirâmide
abaixo.
O
Primeiro estamento era o Clero - os membros da Igreja divididos em alto Clero –
os abades e os bispos (o papa, claro), cuja origem era a nobreza. E o baixo
Clero, os padres e párocos de origem mais humilde. Em geral camponeses criados
na Igreja. Sua função era cuidar da salvação espiritual das pessoas.
O
segundo estamento era a nobreza: a realeza, os senhores feudais nobres como
condes, viscondes, duques e marqueses e os cavaleiros que, em sua maioria eram
nobres sem posses. Sua função era garantir a segurança do feudo e do reino.
Estavam sempre envolvidos em campanhas militares. Os nobres estavam ligados
entre si pelos laços de vassalagem e suserania.
O
terceiro estamento era composto por servos – os camponeses ligados à terra
através do colonato; por vilões – homens livres que se dedicavam a trabalhos
que requeriam maior conhecimento como ferreiros, sapateiros, ourives,
carpinteiros, alfaiates entre outros. Esses homens normalmente prestavam
serviços aos nobres, reis e senhores feudais. O terceiro estamento garantia o
sustento de toda a sociedade feudal.
A política feudal
A prática de doação de benefícios
entre os nobres acabou enfraquecendo o poder do rei uma vez que, ao doar a
terra, o rei doava também todos os direitos políticos sobre ela. Então era o senhor
feudal, e não o rei, que estabelecia as leis dentro do feudo. Por isso dizemos
que o poder político era descentralizado, exercido pelos senhores feudais.
A economia feudal
A economia feudal era essencialmente
rural, pois desde o início das invasões bárbaras, houve um recrudescimento do
comércio e o desaparecimento quase que completo das moedas. Também era
autossuficiente e de subsistência. Como o comércio retraiu, as pessoas tinham
que garantir a sua sobrevivência de outra forma: elas plantavam e colhiam tudo
o que precisavam para comer e também criavam ovelhas para conseguir além da
carne, a lã necessária para se vestirem ou se cobrirem; outros tecidos eram
feitos de algodão e peles(autossuficiência). Elas produziam somente o
necessário para o seu consumo, isto é subsistência. Vez ou outra era possível
trocar suas produções em feiras, muito raras durante o feudalismo.
A
sociedade feudal também vivia de tributos pagos pelos servos aos senhores
feudais. Esses tributos eram chamados de obrigações servis. Entre todos os
tributos, os mais importantes eram:
• A talha – o imposto em produto,
normalmente 30% da produção dos campos servis.
• A corveia – ou o imposto em trabalho,
variando de 3 a 5 dias trabalhando nas terras do senhor feudal.
• A banalidade – imposto referente ao
uso das instalações feudais, ( forno, moinho...).
• A mão morta – imposto pago pelo
direito de uso das terras do pai.
• O tostão de Pedro – ou dízimo – pago
para a Igreja católica.
Por
volta dos séculos XI e XII, uma série de transformações vão provocar o fim do
sistema feudal, em resumo:
• O renascimento comercial impulsionado,
principalmente, pelas Cruzadas;
• O aumento da circulação das moedas,
principalmente nas cidades. Este fator desarticulou o sistema de trocas de
mercadorias, característica principal do feudalismo;
• Desenvolvimento dos centros urbanos,
provocando o êxodo rural (saída de pessoas da zona rural em direção às
cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por
oportunidades de trabalho nos centros urbanos;
• As Cruzadas proporcionaram a volta do
contato da Europa com o Oriente, quebrando o isolamento do sistema feudal;
• O surgimento da burguesia, nova classe
social que dominava o comércio e que possuía alto poder econômico. Esta classe
social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais;
• Com o aumento dos impostos,
proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis passaram a contratar
exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem, típico
do feudalismo;
• No século XIV, uma crise em todos os
sentidos tomou conta da Europa. A peste negra, a grande fome, as revoltas
camponesas e a guerra dos Cem Anos, fizeram a Europa repensar sua organização
política e, principalmente sua economia. Desde então as mudanças passaram a ser
estruturais, isto é, um novo sistema substitui o primeiro.
• No final do século XV, o feudalismo
encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores feudais perderam poder
econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o
capitalismo.
Referência Bibliográfica
·
Projeto
Araribá – obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora
Moderna. São Paulo: Moderna 2004
·
RODRIGUE, Joelza Ester. História em
Documento – Imagem e Texto. São Paulo: FTD.2001
· http://www.suapesquisa.com/feudalismo/crise_feudalismo.htm
·
https://www.estudopratico.com.br/reinos-barbaros-historia-e-organizacao/
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