Sekmet, a leoa

Para os fofíssimos que gostam de história do Antigo Egito, aqui vai a lenda de Sekmet, a leoa

    Quando Rê se instalou nos céus, passou a aguardar o sinal de Hórus, o deus falcão, que abria o olho direito para que o sol desse início à sua travessia diária. no olho esquerdo de Horus, habitava a lua, que ocupava o firmamento ao término da jornada de Rê.
    Para arbitrar os conflitos humanos, curar os feridos, acalmar os tormentos, o deus Sol precisava atravessar as águas do Nilo e enfrentar a serpente Apopis, devoradora dos rios. O combate diário era tão cansativo que Rê começou a envelhecer. E quando ele se fragilizou, em vez de ser acolhido pelos seres humanos, foi por eles desprezado.
      Decepcionado com o desrespeito de seus súditos, Rê encolerizou-se e de seu olho nasceu Skemet, a grande leoa selvagem. A fera passou a atemorizar os seres humanos para lembrá-los sua própria fragilidade.
     Mesmo irado, o coração de Rê era extremamente generoso e ele logo quis impedir Skemet de ferir suas amadas criaturas. Tarde demais! A grande leoa era indomável e atacava todos os humanos que encontrava pela frente.
     Rê então perdoou seus súditos e lhes ensinou a preparar uma bebida sagrada utilizando a raiz da mandrágora, cevada e as águas do Nilo.
    _ Esta bebida dissolverá a ira da leoa, fruto de minha própria indignação, e salvará a vida dos seres humanos - decretou o deus.
     Quando Skemet, a temível felina, farejou a bebida, cuidadosamente deixada ao seu lado enquanto dormia, enfiou o focinho no pote e a sorveu, deliciada.. Uma calma profunda tomou conta da fera e, daquele momento em diante, ela passou a proteger os homens, lutando ao lado deles durante as maiores batalhas. Os homens, por sua vez, passaram a amá-la, abrigando os pequenos felinos, os gatos em sua residência. 

É por isso que, para os egípcios, os gatos são sagrados!

Retirado do livro - A Tábua de Esmeraldas, uma adaptação de Heloisa Prieto para a editora Moderna.


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