Feudalismo

Por definição feudalismo foi o sistema político, econômico e social, predominante durante a Idade Média, baseado principalmente nas relações de vassalagem e suserania definidas pela posse da terra.
·         No feudalismo a terra é a maior riqueza. A posse da terra também define seu lugar na sociedade.
·         As relações de suserania e vassalagem também são definidas pela posse da terra e só ocorrem entre nobres. O primeiro suserano é o rei, que doa terras em benefício ao seu melhor guerreiro ou a um nobre que tenha se dedicado, a vida toda, à defesa e à prosperidade do reino. O suserano doa a terra e o vassalo a recebe. A partir deste ato realizado durante uma cerimônia religiosa, o vassalo jura fidelidade e serviço ao seu suserano que, por sua vez, também se compromete a dar apoio político, financeiro e militar ao seu vassalo.
·         Cada porção, gleba ou lote de terra doada se transforma em um feudo. O feudo é a unidade política e administrativa do sistema feudal. A terra é dividida em três partes:
o    Feudo ou manso senhorial que são as terras de uso exclusivo do senhor feudal.
o    Feudo ou manso servil – as terras arrendadas (alugadas) aos servos.
o    Feudo ou manso comum – são as terras de uso comum como pastos, campos, florestas, charnecas entre outros.



O Primeiro estamento era o Clero - os membros da Igreja divididos em alto Clero – os abades e os bispos (o papa, claro), cuja origem era a nobreza. E o baixo Clero, os padres e párocos de origem mais humilde. Em geral camponeses criados na Igreja. Sua função era cuidar da salvação espiritual das pessoas.
O segundo estamento era a nobreza: a realeza, os senhores feudais nobres como condes, viscondes, duques e marquezes e os cavaleiros que, em sua maioria eram nobres sem posses. Sua função era garantir a segurança do feudo e do reino. Estavam sempre envolvidos em campanhas militares. Os nobres estavam ligados entre si pelos laços de vassalagem e suserania.
O terceiro estamento era composto por servos – os camponeses ligados à terra através do colonato; por vilões – homens livres que se dedicavam a trabalhos que requeriam maior conhecimento como ferreiros, sapateiros, ourives, carpinteiros, alfaiates entre outros. Esses homens normalmente prestavam serviços aos nobres, reis e senhores feudais. O terceiro estamento garantia o sustento de toda a sociedade feudal.
A política feudal
         A prática de doação de benefícios entre os nobres acabou enfraquecendo o poder do rei uma vez que, ao doar a terra, o rei doava também todos os direitos políticos sobre ela. Então era o senhor feudal, e não o rei, que estabelecia as leis dentro do feudo. Por isso dizemos que o poder político era descentralizado, exercido pelos senhores feudais.

A economia feudal
         A economia feudal era essencialmente rural, pois desde o início das invasões bárbaras, houve um recrudescimento do comércio e o desaparecimento quase que completo das moedas. Também era autossuficiente e de subsistência. Como o comércio retraiu, as pessoas tinham que garantir a sua sobrevivência de outra forma: elas plantavam e colhiam tudo o que precisavam para comer e também criavam ovelhas para conseguir além da carne, a lã necessária para se vestirem ou se cobrirem; outros tecidos eram feitos de algodão e peles(autossuficiência). Elas produziam somente o necessário para o seu consumo, isto é subsistência. Vez ou outra era possível trocar suas produções em feiras, muito raras durante o feudalismo. 
         A sociedade feudal também vivia de tributos pagos pelos servos aos senhores feudais. Esses tributos eram chamados de obrigações servis. Entre todos os tributos, os mais importantes eram:
·         A talha – o imposto em produto, normalmente 30% da produção dos campos servis.
·         A corvéia – ou o imposto em trabalho, variando de 3 a 5 dias trabalhando nas terras do senhor feudal.
·         A banalidade – imposto referente ao uso das instalações feudais, ( forno, moinho...).
·         A mão morta – imposto pago pelo direito de uso das terras do pai.
·         O tostão de Pedro – ou dízimo – pago para a Igreja católica.   

Por volta dos séculos XI e XII, uma série de transformações vão provocar a descaracterização do sistema feudal, em resumo:
·         O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas;
·         O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades. Este fator desarticulou o sistema de trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo;
·         Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o êxodo rural (saída de pessoas da zona rural em direção às cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por oportunidades de trabalho nos centros urbanos;
·         As Cruzadas proporcionaram a volta do contato da Europa com o Oriente, quebrando o isolamento do sistema feudal;
·         O surgimento da burguesia, nova classe social que dominava o comércio e que possuía alto poder econômico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais;
·         Com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis passaram a contratar exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem, típico do feudalismo;
·         No século XIV, uma crise em todos os sentidos tomou conta da Europa. A peste negra, a grande fome, as revoltas camponesas e a guerra dos Cem Anos, fizeram a Europa repensar sua organização política e, principalmente sua economia. Desde então as mudanças passaram a ser estruturais, isto é, um novo sistema substitui o primeiro.
·         No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores feudais perderam poder econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o capitalismo.
Referência Bibliografia
Projeto Araribá – obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. São Paulo: Moderna 2004
RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento – Imagem e Texto. São Paulo: FTD.2001
http://www.suapesquisa.com/feudalismo/crise_feudalismo.htm

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