OS
REINOS GERMÂNICOS E O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
Os
germânicos eram povos estrangeiros oriundos em geral do norte da Europa como
mostra o mapa.
Os
romanos os chamavam de bárbaros
porque eles não falavam o latim e tinham hábitos diferentes daqueles praticados
pelos romanos.
Enquanto
que os romanos se organizavam em cidades com famílias nucleares que às vezes
nem se conheciam, os germânicos organizavam-se socialmente na sipe – uma espécie de clã formado por
famílias ligadas por laços de parentesco. As famílias se defendiam mutuamente e
uma ofensa contra um era uma ofensa contra todos. Em Roma, o imperador tinha
poder máximo e era assessorado pelo senado. A religião católica era predominante
entre os romanos. A cidade era o ponto de referência para a vida e os negócios. Já entre os bárbaros, uma assembleia de
guerreiros, chamada de comitatus,
decidia sobre a guerra e a paz e também escolhia o chefe que poderia ser
aclamado rei. No que se refere à religião prevalecia o politeísmo. Cada tribo
bárbara prestava culto a forças da natureza.
Os
germânicos praticavam a agricultura, plantando coletivamente produtos como
trigo, cevada e centeio. Também criavam rebanhos de bois, porcos e carneiros.
Quando as pastagens se esgotavam, geralmente eles se deslocavam para um novo
lugar. Para completar sua alimentação, eles praticavam a pesca e a caça. Também
praticavam o comércio, trocando produtos como madeira e peles por armas,
tecidos ouro e prata. Eles vestiam-se com roupas feitas de peles de animais e
moravam em casas rústicas.
Esses
povos germânicos eram muito independentes e autônomos, o que dificultava a
formação de um Estado centralizado. Em épocas de guerras, eles escolhiam um
chefe, que tinha o poder sobre o comitatus,
a assembleia de guerreiros armados. Esses bravos guerreiros faziam um juramento
de fidelidade ao chefe, prometendo ficar sempre ao seu serviço. O chefe, por
sua vez, deveria sempre defender seus comandados e, no final da batalha,
distribuir “presentes” chamados “feudos” que variavam de joias até um
pedaço da terra conquistada.
Entre
os povos germânicos não havia leis escritas. Suas leis, baseadas em seus
costumes, eram transmitidas oralmente, por isso, o direito germânico era chamado
de consuetudinário.
Os
povos que invadiram o Império Romano iniciaram um processo de formação de
reinos e monarquias. Os povos germânicos se dividiam em vários grupos:
vândalos, godos, burgúndios, batavos, suevos, lombardos e francos, além de
anglos, saxões e bretões. O mundo romano ficou assim:
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O reino franco
O principal reino bárbaro que se formou na Europa
foi o Reino Franco. Ele foi importante porque reforçou as bases da sociedade
feudal, importante para o estudo da matriz civilizacional ocidental.
O Reino Franco estava localizado na Gália (observe
no mapa acima) e conseguiu maior estabilidade por causa de suas relações com a
Igreja Católica. É que Clóvis, o
primeiro grande rei, conseguiu unificar os francos sob seu comando e se
converteu ao cristianismo. Com a prática da doação de terras aos seus
guerreiros mais audazes e à Igreja Católica, Clóvis garantiu o apoio tanto de
um, quanto de outro.
Após a morte de Clóvis, o reino passou por um
período de enfraquecimento e o poder foi realmente exercido pelos chamados Majordomus ou – “mordomos do palácio”.
Um desses mordomos ficou famoso por enfrentar os invasores enquanto os
herdeiros do trono brigavam entre si. Carlos Martel, esse era seu nome, venceu
os invasores árabes na famosa batalha de Poitiers, impedindo a Europa de se tornar
um reduto islâmico. Esse feito lhe valeu as graças do papa que deu ao filho e sucessor de Carlos – Pepino, o
Breve – todo o apoio para afastar o rei Childerico III do trono e se tornar o
novo rei dos francos, iniciando uma fase denominada de período Carolíngio.
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O Império Carolíngio
O império Carolíngio foi a primeira unidade
política da Europa Medieval. Desde a queda do Império Romano, não havia nenhum
reino tão unificado quanto este. Carlos Magno ou Carlomagno foi um rei cristão
que conquistou vários reinos bárbaros convertendo-os ao cristianismo. A
conversão era muito importante pois a Igreja Católica era a instituição de
maior poder na Idade Média. Conseguir o apoio da Igreja Católica era o mesmo que
conseguir o apoio de Deus para qualquer empreitada. Assim as promessas de vida
eterna ou danação eterna sempre acompanhava os guerreiros de Carlos Magno e os
faziam ponderar sobre as vantagens de obedecer ou não ao rei. Podemos destacar
as seguintes ações de Carlos Magno:
·
Preservação de vários costumes germânicos como as leis de tradição oral
e o reforço do benefício com a doação de feudos – terras – aos chefes
militares.
·
A divisão do reino em condados, marcas e ducados diminuindo o poder do
rei.
·
O reforço da Igreja Católica.
·
Incentivou as atividades intelectuais criando as universidades.
Após a morte de Carlos Magno, em 814, o império foi
dividido entre seus filhos e uma nova onda de invasões de povos não germânicos
como húngaros, árabes e vikings colaboraram para enfraquecer ainda mais o poder
dos reis.
A ruralização da economia, a ausência de um poder
real central, o direito consuetudinário e a doação de feudos, são marcas de um
novo sistema político e econômico que vai predominar na Europa ocidental (França,
Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha) durante a Idade Média – o Feudalismo -
que iremos estudar em seguida.
01. Recorra
aos textos lidos e ao que foi discutido em sala de aula, com seus colegas e a
professora e dê um significado, sem a utilização de dicionários, para os
seguintes termos:
·
Comitatus.
·
Feudo.
·
Consuetudinário.
·
Majordomus.
02. Agora
responda:
a) Porque Clóvis, Carlos Martel, Pepino - o Breve e Carlos
Magno conseguiram, em meio a uma época de guerras e invasões, unificar e
expandir um grande império? O que eles possuíam em comum?
b) Quais as principais realizações do Império Carolíngio?
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