COLONIZAÇÃO
PORTUGUESA NA AMÉRICA
· Até o século XIX, não havia, portando,
uma história do Brasil propriamente dita. Pois não havia nenhuma noção de
unidade entre os nativos. Havia
simplesmente, um Império Português, formado por uma metrópole – Portugal – e
muitos territórios coloniais, espalhados pela América, Ásia e África. Até
aquele século, tudo o que se passou no Brasil era considerado parte da história
de Portugal;
· Ao contrário dos movimentos
expansionistas anteriores (impérios Persas, Assírio, Romano na antiguidade, Han
dos chineses, Mongol na Ásia, Mali e Songai na África), que buscavam se apossar
de massas territoriais contínuas, os portugueses conquistaram em primeiro
lugar, o Oceano Atlântico;
· A colonização ultramarina portuguesa
iniciou-se em meados do século XV quando, após a tomada de Ceuta, no norte da
África, teve início à colonização dos arquipélagos dos Açores e Madeira, até
então desabitados. Produtos agrícolas passaram a auxiliar o povoamento da
região, que desempenhava importante papel no processo de exploração do litoral
africano (feitorias e fortalezas);
· O ouro era o principal objetivo dos
empreendimentos marítimos;
· As autoridades portuguesas buscaram
legitimar perante os demais poderes católicos europeus, e por intermédio do
papa, a conquista de novas terras. Isso ocorreu através da bula papal Romanus
Pontifex (1454). O documento voltava-se principalmente aos rivais de Portugal
na Europa, proibidos de questionarem o monopólio lusitano sobre as terras
descobertas;
· Em 1494, foi assinado entre Portugal e
Espanha o Tratado de Tordesilhas, para resolver a disputa em torno das
descobertas de Colombo (atingiu as Índias navegando pelo ocidente), Portugal
preocupou-se em garantir suas rotas marítimas no Atlântico Sul. Uma linha
imaginária que passava a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, as terras a oeste
pertenceria à Espanha e a leste era de domínio Português;
· Com seus navios fortemente armados, os
portugueses conquistaram Goa (1910), Málaca (1511) e Ormuz (1515), consolidando
o Estado da Índia.
· Os portugueses levaram a Ásia, África
e América, a religião cristã, com suas crenças, cultos, imagens e visões de
mundo, além de formas de vestimentas, alimentação e comportamento que serviram
para alterar os costumes e modos de vida das populações nativas. Em muitos
casos, o contato com os portugueses desestabilizou as relações entre os
nativos, causou uma alta mortalidade nas populações nativas;
O
INÍCIO DA EXPLORAÇÃO DO TERRITÓRIO
· Em abril de 1500, a expedição
comandada por Pedro Álvares Cabral aportou no sul da Bahia, mais nem de longe
despertou o mesmo entusiasmo causado pelo lucrativo comércio de especiarias da
Índia;
· Assim como o litoral africano, os
portugueses iniciaram a exploração do território brasileiro utilizando o
sistema de feitorias. Nos anos iniciais a principal riqueza era o pau-brasil,
que era explorado em regime de escambo com os índios;
· Nos primeiros anos após a conquista
portuguesa, a costa brasileira era constantemente visitada por mercadores
marinheiros franceses, holandeses e ingleses, também interessados no corante
vermelho para as manufaturas têxteis do norte da Europa;
· A saída encontrada pelo rei português
para manter o controle do território foi criar o sistema de capitanias
hereditárias, em 1530, mais já testadas na Ilha da madeira e nos Açores, depois
em Cabo Verde e São Tomé;
· O rei doava uma faixa de terra a um
súdito, que recebia o título de donatário, a posse era hereditária. Em tese, as
terras doadas eram propriedade do rei, mas o donatário tinha a posse da terra e
dispunha de todos os poderes políticos e judiciais sobre ela. Em contrapartida
o donatário deveria garantir a defesa militar da capitania e estabelecer boas
relações com a população indígena e missionária. Assim como organizar e
desenvolver a produção local, montar um aparato administrativo e jurídico, e
finalmente estimular o povoamento da capitania;
· Esses donatários eram geralmente
nobres, que possuíam posses, para assegurar a instalação de engenhos e
investimentos nas capitanias;
· As capitanias hereditárias começaram a
ser criadas com a expedição de Martim Afonso de Souza (1530-1532). Foram
criadas 15 capitanias e doadas a 12 donatários, cada capitania deveria abranger
uma faixa de trinta léguas de norte a sul e cem léguas de leste a oeste;
· Mas logo o sistema se capitanias
demonstrou-se insuficiente, com exceção das capitanias de São Vicente e
Pernambuco, nenhuma outra prosperou. Alguns donatários sequer conheceram suas
capitanias. Conflitos entre os nativos e os colonos portugueses, à distância e
a dificuldade de comunicação entre as capitanias e a falta de conhecimento e
recursos de alguns donatários foram uns dos motivos que ocasionaram o fracasso;
· O fracasso do sistema de capitanias
impulsionou a centralização administrativa, e em 1548 foi criado o governo
geral, sediado na Bahia de Todos os Santos, que foi convertida em capitania
especial, por ser considerada estratégica devida sua posição geográfica
privilegiadas, seu porto e sua facilidade de comunicação com a Europa. Logo
Salvador desfrutou a condição de capital do Brasil, pelo menos até 1763, quando
mudou para o Rio de Janeiro;
· Tomé de Souza, foi o primeiro
governador geral, chegou ao Brasil em 1549, trazendo sua vasta experiência
ultramarina. Com eles vieram os primeiros missionários jesuítas, chefiados por
Manoel de Nóbrega. No contexto da Reforma Religiosa, os jesuítas encaravam a
América como um campo de expansão da Igreja Católica. Eles desempenharam um
duplo papel, além da conversão da população nativa ao cristianismo, também a
parceria com a Coroa na colonização do Brasil;
· Durante o governo de Tomé de Souza a
colonização portuguesa na América começava a prosperar, com a chegada de
escravos africanos para trabalharem nas lavouras açucareiras;
· Em 1555 uma expedição militar francesa
se instalou na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro) fundando a França antártica.
Os franceses aliaram-se aos nativos e passaram a comercializar gêneros da terra
com a Europa, após alguns anos de combate os franceses foram expulsos. Mas em
1612 os franceses criaram no Maranhão a chamada França Equinocial;
· As primeiras referências a produção
açucareira no Brasil datam da década de 1530, com o estabelecimento dos
engenhos em São Vicente e Pernambuco, em um primeiro momento a mão de obra
utilizada foi à indígena, porém a produção só aumentou quando é implantado o
escravo africano;
O
BRASIL AÇUCAREIRO
· No século XVI, as principais regiões
canavieiras do Brasil eram Pernambuco e Bahia, no século XVII houve ascensão do
Rio de Janeiro e Maranhão. No século XVIII foi à vez se São Vicente conhecer o
desenvolvimento do açúcar;
· O engenho que utilizava moinhos cuja
força motriz era hidráulica era chamado de real, enquanto o que era movido por
força animal era chamado de trapiche;
· O engenho era composto por: local de
fabricação do açúcar (moenda, os fornos, a casa de purgar, os galpões de
estoque), as senzalas, a casa grande, a capela, os canaviais e as roças;
· A manufatura do açúcar era trabalho de
grande complexidade: o plantio e o corte, seu transporte até a moenda, a trituração
da cana, o aquecimento do caldo até a solidificação, a purga do açúcar, seu
encaixotamento e distribuição. Além ainda dos feitores que cuidavam do trabalho
e dos castigos dos escravos;
· O trabalho era excessivo para o
escravo, com uma carga horária que podia chegar a 20 horas, os escravos que
trabalhavam na casa grande se sentiam privilegiados, pois lá o trabalho era
visto como menos degradante;
· Além do trabalho escravo, os engenhos
empregavam os trabalhadores assalariados, livres e semi-livres (carpinteiros,
lavradores, médicos, feitores, mestre de purgar...);
A
AÇÃO DOS JESUÍTAS NA COLÔNIA
· A Companhia de Jesus era uma ordem
religiosa, fundada na Europa em 1534, no contexto da Reforma Religiosa, com o
objetivo de levar o cristianismo a outros povos, para buscar novos seguidores.
Os jesuítas tiveram um importante papel na colonização portuguesa, por meio da
criação de colégios e aldeamentos de índios;
· Os índios eram deslocados de suas
aldeias para as missões, onde estudavam a doutrina católica e eram batizados.
As missões ou aldeamentos estenderam-se por vários pontos. Cada missão se
organizava como uma verdadeira cidade, pois eram autossuficientes;
· A primeira tentativa de criação das
missões usou como estratégia obter o respeito dos nativos, substituindo a cura
oferecida pelos pajés pela intervenção médica. A missa passou fazer parte do
cotidiano dos nativos, mas com encenações evangélicas feitas pelas crianças,
mas essa primeira fase se mostrou um fracasso;
· A segunda tentativa baseou-se no medo,
o padre Manoel de Nóbrega, passou a se convencer que se não fosse pelo uso da
força não aconteceria a evangelização;
· No século XVII os nativos aldeados nas
missões passaram a ser alvo da cobiça de colonos paulistas, chamados de
bandeirantes, que viam as missões como fonte fornecedora de mão-de-obra escrava
para o trabalho nas plantações. O paulista que mais se destacou foi Raposo
Tavares que comandou vários ataques de aprisionamento a abrigos de índios
guaranis;
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